África do Sul
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A África do Sul tem uma história de produção de vinhos surpreendentemente longa: a primeira safra de vinhos aconteceu em 1659. E, apesar de ainda não ser tão popular no Brasil, a África do Sul é bastante relevante no cenário mundial, oscilando entre 7º e 9º lugar no ranking de países produtores, em termos de volume.
Depois um longo período de exílio político, durante o qual a indústria vinícola ficou para trás em relação ao resto do mundo, os vinhos sul-africanos estão melhores do que nunca, principalmente de uma década para cá. A África do Sul passa, atualmente, por um incrível desenvolvimento, tanto nos vinhedos como nas vinícolas. As palavras de ordem são: “making better wine, making wine better”. Ou seja, estão produzindo, melhor, vinhos melhores. Um exemplo disso: mundialmente reconhecida por ser baseada em sustentabilidade, a vinicultura sul-africana trabalha em um ecossistema balanceado, com 1,3 hectares de conservação para cada hectare plantado.
A maioria das regiões vinícolas do Cabo são influenciadas por um desses dois poderosos oceanos: Atlântico e Índico. As influências marítimas, combinadas ao clima temperado mediterrâneo e à diversidade de solos, garantem as condições ideias para vinhos de caráter único e complexidade.
O extremo sul da África é um dos solos mais antigos do mundo, com um ambiente natural excepcional. Os vinhedos do Cabo estão localizados em uma área protegida, considerada pela UNESCO como patrimônio mundial, conhecida como Cape Floral Kingdom (Reino Floral do Cabo, em tradução literal). Para se ter uma ideia, 70% das plantas encontradas nessa região não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta! Outra curiosidade: À noite, leopardos da montanha, que vivem ao redor dos vinhedos do Cabo, descem para as vinhas para caçar! Tudo muito pitoresco, não é mesmo?
Os vinhos da África do Sul que indicam a safra têm que ser produzidos com pelo menos 75% das uvas colhidas naquele ano; os que indicam a variedade da uva devem conter pelo menos 85% daquele tipo de fruta. E quando o termo "Wine of Origin" ou a sigla "WO", aparece em uma etiqueta, junto com o nome de uma área de produção, como Stellenbosch, Durbanville ou Robertson, significa que 100% das uvas deste vinho vieram desta área específica.
No que diz respeito aos brancos, a África do Sul é especialista em duas cepas francesas: Chenin Blanc (a variedade de uva branca mais plantada no país) e Sauvingnon Blanc. Mas o país também produz excelentes Chardonnay e Sémillon. Na África do Sul, encontramos Chenin Blancs ricos e complexos, e Sauvignon Blancs considerados como um dos mais excitantes do mundo.
Entre os tintos, é impossível deixar de mencionar a Pinotage, a única variedade autenticamente sul-africana, do tipo que ou se ama ou se odeia, com riqueza de notas frutadas combinada com marcantes nuances de fumaça, e sabor característico de alcaçuz preto. A Pinotage foi criada em 1925, a partir do cruzamento das cepas Pinot Noir e Cinsault (Hermitage).
As vinícolas sul-africanas também são responsáveis por excelentes vinhos Merlot, Cabernet Sauvignon, Grenache e, principalmente, Shiraz.
A biodiversidade da região cria um tesouro de possibilidades de vinificação, com opções realmente infinitas; basta ver as diferenças entre um Sauvignon Blanc de Elim e um de Elgin, ou um Shiraz de Paarl comparado a um de Stellenbosch.
Renda-se também aos vinhos africanos e surpreenda-se, afinal não parece um excelente e prazeroso desafio?
Para encerrar, se quiser ler mais sobre a uva Pinotage, clique aqui.
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